quarta-feira, 11 de maio de 2011

Bobama

Pessoal, cadê o Gardenal?
Quem morreu foi o Osama ou o Obama?
Bob Marley morreu porque além de negro, era judeu.
Michael Jackson não mais existe,
Mas o Obama, além de Presidente, ficou triste.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Vida, morte e vida de um esquizóide

Era uma vez um menino feio da periferia de uma grande cidade que alguns diziam que era esquisofrênico. Ignorado e maltratado pelos outros garotos e garotas da mesma idade, ele vivia isolado. Sua família tinha muitos problemas e não sabia lidar com os transtornos mentais do menino, em sua adolescência. Sim, o menino adolesceu, adoeceu. Não, o nome dele não era Wellington Menezes de Oliveira. Era Jeffrey Ross Hyman. Ele morreu há exatos dez anos, vítima de linfoma. Aos quase cinquenta anos de idade.

Nascido em Nova Iorque, Jeffrey cresceu no bairro de classe média de Forest Hills, no Queens, um lugar sem muito para fazer. Apesar das dificuldades, do isolamento e dos problemas com a família, ao invés de cometer alguma atrocidade, podemos dizer que o rock and roll  salvou esse rapaz e que esse rapaz salvou o rock and roll. Aos vinte anos de idade, ele começou a tocar muma banda de glam rock, certamente influenciado por T. Rex, Slade, Gary Glitter and The Sweet, David Bowie e New York Dolls. Jeffrey também ouvia muito Stooges e MC5. Logo, aos vinte e dois, vinte e três anos, ele foi tocar bateria numa outra banda com os amigos - igualmente desajustados - Douglas Colvin e John Cummings. Poucos meses depois, Jeff trocaria as baquetas pelo microfone e um certo húngaro chamado Tamás Erdélyi assumiria como baterista. Esta foi a formação que os Ramones assumiram e que permaneceu por cerca de vinte e dois anos, com algumas defecções, retomadas etc. Mas Jeff Hyman , o nosso Joey Ramone, sempre esteve lá, comandando os vocais e nos chamando para irmos junto com ele: Hey ho, let's go! E muitos de nós, fomos.

Os Ramones foram não apenas responsáveis pelo punk rock (sua primeira turnê pela Inglaterra ajudou a impulsionar  a carreira do The Clash e Sid Vicious foi um dos caras que se fez presente para venerar a rapaziada do Queens) mas, com uma influência forte do rock dos  primeiros tempos - aquele feito por negros e meninos da classe operária em suas garagens -, deram ao mundo uma alternativa de atitude ao rock progressivo e à disco music hegemônica no dial  e na indústria fonográfica estadunidense da época.

Apesar de nunca terem sido "grandes", do ponto de vista comercial, nos E.U.A, os Ramones influenciaram o som e a postura de um sem número de bandas, indo de Pixies a U2, de Bad Religion a Red Hot Chili Peppers, de Motörhead a Green Day, de L7 a Kiss, de Tom Waits a Metallica, de Dead Kennedys a Pearl Jam, de Raimundos a Legião Urbana, de Ratos de Porão a Capital Inicial, de Inocentes a CPM 22, de Cólera a Los Hermanos (opa! Los Hermanos não, desculpa aí, Marcelo Camelo). Já virou clichê dizer que sem os Ramones nenhuma das bandas de rock que vieram depois teria existido.

Joey Ramone era uma enciclópedia ambulante do rock, conhecia tudo da chamada "Invasão Britânica", por exemplo, e era um ávido colecionador de discos. De família judia, no espectro político, identificava-se com a esquerda (uma coincidência: hoje, aniversário de sua morte, é aniversário do nascimento de um cara, filho de mãe judia, esquerdista também e que é um ícone do cinema mundial: Charles Spencer Chaplin).

Hoje sobraram alguns membros dos Ramones das suas diferentes formações. Além de Joey Ramone, morreram Dee Dee Ramone (Douglas Colvin) e Johnny Ramone (John Cummings). Estão vivos Tommy Ramone (Tamás Erdélyi ou Thomas Erdelyi), Marky Ramone (Marc Bell, o segundo e quinto baterista), Richie Ramone (Richard Reinhardt, o terceiro baterista), Elvis Ramone (Clem Burke, ex-Blondie e quarto baterista) e C.J. Ramone (Christopher Joseph Ward, segundo baixista). É muito baterista para pouco guitarrista e vocalista.

Fica aqui uma ligeira homenagem a Joey Ramone, como ligeiras eram as suas músicas. Blitzkrieg Bop! (Não, não é Pet Sematary).



Desculpe, mas não resisti ao clipe com "não ouvi direito a letra". Creio que faz jus ao senso de humor ácido que Joey tinha.

"This is Rock 'n' roll Radio, stay tuned for more rock 'n' roll". (Posso ouvir Ozzy Osbourne gritando no reality show, The Osbournes: "Rock 'n' rollll!!")

terça-feira, 22 de março de 2011

Buzzcocks, Manchester e Sex Pistols

Howard Devoto  e Pete Shelley, dos Buzzcocks, organizaram o primeiro show dos Sex Pistols em Manchester. Somente compareceram cerca de quarenta pessoas, mas o que poderia ser tido como um fiasco, na verdade foi a centelha para o início de uma cena que colocou Manchester no mapa do rock e da pop music. Dentre a meia dúzia de gatos pingados felizardos estavam: Morrissey, que depois fundaria os Smiths, Mark Smith, do The Fall, Bernard Sumner e Peter Hook (que ficaram tão impressionados que no dia seguinte compraram uma guitarra e um baixo, fundaram o Warsaw, que virou Joy Division, que virou New Order), possivelmente Tony Wilson, que fundaria o selo Factory Records e o night club Hacienda (avô das raves) e até o Mick Hucknall, que fundaria o Simply Red (cuja sonoridade é totalmente diferente das bandas citadas acima). Ah, já ia me esquecendo: eu também estava lá! Essa história é contada com pitadas de ficção no filme 24 Hour Party People ("A Festa Nunca Termina"). Com vocês, os pais da matéria: os Buzzcocks!